Como já poderia se esperar, em momentos tão acentuados de crise e incerteza como o mundo está vivendo, neste período de pandemia, o movimento que se observa nas companhias é principalmente a manutenção da continuidade dos negócios. Uma luta hercúlea focada no core principal da empresa para SOBREVIVER.

PORTANTO…Não é novidade que os investimentos em inovação estejam sofrendo.

pesquisa realizada pela McKinsey mostrou que os executivos têm a intenção de retomar investimentos para inovação assim que o mundo se estabilizar, o negócio principal estiver seguro e o caminho a seguir mais claro. No entanto, HOJE somente 25% dos entrevistados estão interessados em capturar oportunidades e investimento novos, em comparação com cerca de 60% antes da pandemia. O decréscimo é visível em quase todos os setores com exceção do setor farmacêutico e produtos médicos. Vejam o quando abaixo retirado da pesquisa citada.

Apostar no seguro pode ser uma decisão míope para a longevidade do negócio.

Especialmente em tempos de crise, quatro ações URGENTES precisam ser tomadas:

1 – Adaptar o core business para atender às mudanças que mudaram as necessidades dos clientes
2 – Identificar e abordar rapidamente novas áreas de oportunidade que estão sendo criadas pelo cenário em mudança (GAPS de mercado)
3 – Reavaliar o portfólio de iniciativas de inovação e garantir que os recursos sejam alocados de forma adequada – alocar capital de risco
4 – Construir a base para o crescimento pós-crise, a fim de se manter competitivo no período de recuperação

As empresas podem obter vantagens de longo prazo ao compreenderem as mudanças e as oportunidades que surgem . Em crises anteriores, as empresas que investiram em INOVAÇÃO apresentaram crescimento e desempenho superiores após a crise. POR EXEMPLO, as organizações que mantiveram seu foco na inovação durante a crise financeira de 2008 e 2009, emergiram mais fortes, superando a média do mercado em mais de 30% e continuando a apresentar crescimento acelerado nos três a cinco anos subsequentes como mostra o quadro abaixo.

Crises como esta que estamos vivenciando agora, têm um custo financeiro e humano significativo, encalhando ativos e capital humano e causando um deslocamento social e econômico significativo.

No entanto, muitas dessas dinâmicas são ingredientes para a ruptura a partir da qual surgem NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS. Por exemplo, a economia compartilhada emergiu da crise financeira de 2008 e 2009, pois  a tecnologia possibilitou a criação de mercados para ativos subutilizados, exatamente quando as pessoas buscavam novas fontes de renda.

O impacto da mudança climática que se torna mais contundente na vida de todas as pessoas do planeta está impulsionando um  crescimento significativo em equipamentos solares e carros elétricos, bem como INOVAÇÃO em torno de alimentos mais “ecológicos”, como substitutos de carne à base de vegetais.

A mobilidade é outro tema que tem ganhado notoriedade. Tanto urbana quanto entre cidades, estados e países. A emissão de gases de estufa oriundas da mobilidade estão se tornando impeditivos da continuidade do modelo atual.  Porém, não pára por aí…. as mudanças estão cada dia mais profundas. A entrada da tecnologia está impulsionando novos modelos de negócios para educação, experiências turísticas, relacionamento social por meio das plataformas como é o exemplo do APP MESH da Microsoft . Que é um ambicioso projeto da empresa para unificar a colaboração virtual de vários equipamentos como   VR headsets, AR (como o HoloLens), laptops ou smartphones. O MESH não é apenas um APP pois, ainda tem a nuvem do Microsoft’s Azure, o que o torna uma plataforma que desenvolvedores poderão utilizar para inserir a colaboração remota no desenvolvimento do seus próprio softwares.  Este é um avanço que levará todos para uma experiência além das conferências via Zoom criando experiências holográficas inimagináveis.

Ser um INOVADOR é uma escolha que deve ser apoiada por um compromisso. Colocar a organização, em uma nova trajetória de crescimento requer três ações: (segundo artigo publicado da McKinsey)

1 – REALOCAR recursos em direção ao FUTURO – mapeie o mercado e as mudanças de hábitos, faça apostas apoiadas nos sinais fracos, mantenha o portfólio aberto e vivo…
2 -ABRACE a flexibilidade – reorganize estruturas, recursos e competências em torno de novas formas de trabalho….
3 -HACKEIE processos – concentre-se nos objetivos (OKR) ao invés do foco nas  atividades para aumentar a agilidade.

Outra pesquisa recente sobre “outperformers durante ciclo de crises” encontrou conclusões semelhantes:

…as empresas que investem em iniciativas de crescimento ao longo do ciclo econômico adverso saem na frente do mercado, gerando quase 17% a mais de retorno total aos acionistas.

Autoria: Prof. Dra. Solange Mata Machado

Texto originalmente publicado no site da Imaginar