Com a utilização em massa do ChatGPT, muitas pessoas têm-se questionado se suas profissões serão substituídas pela tecnologia em breve. A discussão é antiga e, sempre que estamos passando por um movimento de transformação tecnológica, esse debate vem à tona. 

Antes de tudo, é importante contextualizar essa questão. Desde que o homem começou a avançar no que diz respeito ao desenvolvimento de tecnologias, as pessoas têm medo de perder emprego. Quando a luz elétrica começou a ser disponibilizada em todos os lares, milhares de pessoas que trabalhavam como acendedores de lampião se preocuparam. Assim seguiu com a criação de máquinas de produção em escala e agora com a aplicação da robótica em equipamentos.  

Poderíamos já soltar um spoiler do texto e dizer que a tecnologia sozinha nunca vai substituir o ser humano, mas é importante entendermos para onde as coisas estão-se encaminhando. Por isso, fizemos um apanhado geral de textos publicados em sites especializados nas mais diversas áreas para que possamos observar as expectativas humanas. 

A Inteligência artificial já comandou até aviões de caça

Inicialmente, observemos que o ChatGPT é apenas uma ferramenta, mas que utiliza uma tecnologia largamente utilizada. Muitas pessoas podem estar impressionadas com as respostas do dispositivo da OpenAI, porém, de acordo com o portal Mais Tecnologia, até aviões de caça já foram controlados durante 17 horas com o uso de Inteligência Artificial.  

Segundo a reportagem, o caça Vista X-62A foi testado e aparentemente não houve nenhum problema na sua condução. Aliás, importante ressaltar que há muitos anos os aviões comerciais também são conduzidos por pilotos automáticos, uma forma primitiva de inteligência artificial. Portanto a utilização em si da tecnologia em funções que sempre imaginamos ser realizadas por humanos não é nenhuma novidade também. Entretanto, como isso vai funcionar nas mais diversas profissões? 

ChatGPT pode impulsionar contratações após grande onda de demissões

Ao contrário do que muitos pensam, em diversas áreas, em especial na Tecnologia, o frenesi causado em torno do ChatGPT pode causar contratações. É o que aponta levantamentos feitos pelos portais Tribuna Online e Escola Educação. De acordo com os sites, o que pode acontecer no mercado é uma adaptação das carreiras, bem como o surgimento de novas necessidades. 

Depois de alguns meses sombrios nas grandes empresas de tecnologia, com dezenas de milhares de pessoas perdendo emprego, gigantes como Microsoft e Google começam a falar sobre o desenvolvimento de sua própria ferramenta de busca baseada em inteligência artificial. Isso implica, obviamente, a contratação de gestores, desenvolvedores, engenheiros e profissionais relativos à criação e manutenção dessas ferramentas. Além disso, a crescente preocupação com segurança de dados e a necessidade de integração com outros softwares, aplicativos e bancos de dados também devem impulsionar uma onda de contratações para os profissionais da área. 

Diante da onda de inteligência artificial proporcionada pelo ChatGPT, toda ferramenta nova precisará de pessoas que as utilizem bem. Por isso, profissionais que facilitem esse processo, seja por meio de treinamentos, seja pelo desenvolvimento da experiência de usuário, também serão valorizados nos próximos meses. Por fim, consultores especializados que possam indicar a todas as empresas e profissionais como extrair o máximo da tecnologia, indicando o momento e forma ideais de utilização, terão grande espaço nesse novo mercado também. 

Inteligência artificial para médicos, advogados e consultores financeiros

Para reforçar a ideia de que o ChatGPT e a inteligência artificial trarão uma adaptação e não o fim de vários postos de trabalho, pesquisamos testes feitos em 3 áreas completamente distintas: Advocacia, Medicina e Consultoria Financeira. Será que a ferramenta seria capaz de substituir os profissionais dessas três áreas? 

Os estudos feitos pela Revista Soberana, Medicina SA e Money Times mostraram que não. A substituição completa não ocorrerá, pelo menos no estágio em que estamos.  

Na área do Direito, por exemplo, a ferramenta pode ser muito útil para pesquisar decisões anteriores, levantar jurisprudências e até calcular a chance estatística de uma determinada causa ter ganho em julgamento. Porém, ainda há um componente humano muito forte na maior parte das causas, considerando a especificidade de cada ação.  

Na Medicina, a inteligência artificial já é muito utilizada para ajudar a agilidade do diagnóstico, assertividade na decisão e até mesmo monitoramento dos pacientes crônicos, facilitando prever eventos adversos. Mesmo assim, o profissional de Medicina ainda é necessário, uma vez que sintomas e reações podem ser completamente subjetivos, dependendo da interpretação de quem acompanha o aparato tecnológico e não bastam os dados em si. Afinal, quem nunca sofreu para conseguir explicar ao médico “como é a dor que você está sentindo?”. 

Por último, na área de Consultoria Financeira, o ChatGPT esbarrou em uma questão que pode ser muito importante para muitas profissões: a regulamentação do setor. Por ser apenas um modelo de linguagem e consequentemente não ter as certificações, a inteligência artificial não pode recomendar ações ou investimentos. 

A evolução da tecnologia é constante; o ser humano precisa saber utilizá-la

Considerando todos os exemplos citados, é possível concluir que a tecnologia em si não vai substituir ninguém. Evidentemente que alguns postos de trabalho deixarão de existir, mas, como sempre ocorreu na roda do desenvolvimento, outros serão criados, bem como alguns passarão a ter mais valor. 

Mais do que ter a tecnologia à disposição, o que vai diferenciar os profissionais é saber como utilizá-la da melhor forma. A questão não está nas respostas que o ChatGPT fornece, por exemplo, mas na capacidade de fazermos as perguntas certas. Da mesma forma, profissionais preparados para vivenciar este momento de transformação digital sempre estarão à frente, por atenderem às demandas urgentes que têm surgido nos últimos meses.