O Setor de TI tem um papel cada mais relevante no Brasil. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o setor representa 7% do PIB e emprega 1,2 milhões de pessoas. Ainda de acordo com a Brasscom, deverão ser abertas mais 260 mil vagas de emprego até 2024. Neste número estão profissionais de todas as áreas das empresas de software: analistas, programadores, testers, consultores e gestores.

Quando pensamos em empresas de software, muitas vezes não lembramos da categoria dos gestores. Ela nem sempre é citada nas matérias e publicações que tratam do assunto. Para muitos, basta contratar um administrador, e ele nem precisa de conhecimento técnico em TI. No entanto, aqueles que ocupam cargos de liderança nas empresas precisam ter uma formação adequada para exercer a função.

Pensando nisso, o prof. Nei Tremarin, do Proinfo-FIA, escreveu este artigo sobre a necessidade de formação específica de gestores para as empresas de software.

Mercado de empresas de software

É consenso que as empresas de software têm uma dinâmica própria, diferente de empresas dos segmentos tradicionais da economia como a indústria e o comércio. A indústria do software tem uma história bem mais recente – as primeiras empresas do segmento começaram a ser criadas no Brasil na década de 70.

A maioria delas, entretanto, nasceu nos anos 2000. Os primeiros empreendedores e empregados destas empresas vieram da economia tradicional e, como consequência, a gestão e as práticas das empresas de software eram também de um modelo mais tradicional. Somente após o nascimento de grandes empresas de software como o Google, Facebook, Salesforce é que começaram a se disseminar práticas de gestão ditas não tradicionais.

Parece preciosismo, mas as especificidades e a velocidade do mercado de empresas de software demandam uma gestão extremamente especializada. Saber planejar e executar projetos e acima de tudo transformar a empresa são funções básicas deste executivo. Além disso, estar alinhado às principais tendências de mercado e ter respostas rápidas às necessidades da organização também fazem parte do cotidiano deste gestor.

Muitos livros foram publicados, cursos foram ministrados, práticas como OKR – Objective Key Results, SCRUM entre outras foram disseminadas. Na prática, o que se vê nas empresas de software são funcionários insatisfeitos com os seus gestores e estes não sabendo motivar as suas equipes. Ainda não temos supervisores, gerentes, diretores e empreendedores com a formação adequada para a condução do negócio de software e serviços relacionados.

Lacunas para executivos de empresas de software

Existem muitas lacunas na formação de executivos para as empresas de software. Vamos dar alguns exemplos:

  1. Quais são as melhores práticas na precificação de software?
  2. Como motivar os funcionários?
  3. Como se faz a gestão de equipes em projetos multidisciplinares?
  4. Como gerir e premiar a inovação?
  5. Quais são as melhores práticas de implantação de software?
  6. Como gerenciar uma equipe de vendas?
  7. Como fazer o marketing de forma eficaz?
  8. Como migrar uma base de clientes On Premises para SaaS?
  9. Como manter a base de clientes satisfeita?
  10. Como vender licenças de software no exterior?
  11. Como internacionalizar a empresa?
  12. Quais são os principais KPI´s em cada área da empresa?
  13. Como gerenciar a demanda de novos projetos sem comprometer os que estão em execução?
  14. De que forma ser inovador sem comprometer o orçamento do departamento?
  15. Como lidar com erros estratégicos e transformá-los em aprendizado?

Estas são apenas algumas questões que fazem com que a atividade de gerir uma empresa de software seja única. A “universidade da vida” e o “senso comum” tão aclamados por profissionais da área podem trazer prejuízos às empresas. Por isso, a necessidade de uma preparação técnica, formalizada e estruturada para este executivo. Estar em um posto de liderança de uma empresa de software é muito mais do que ser o chefe. É identificar problemas antes que eles efetivamente surjam, e já ter a solução que consuma a menor quantidade de recursos possível.

Empresas de Software devem dar o exemplo

Uma das expressões mais usadas nas empresas que fornecem softwares de gestão é: “casa de ferreiro, espeto de pau”. Isso significa que as empresas fornecem soluções de gestão empresarial e não conseguem implantar as melhores práticas em suas empresas.

Esta prática pode causar uma péssima percepção ao consumidor, que não terá confiança para colocar nas mãos dessa empresa algo que nem ela executa. Preferimos, neste caso, o ditado “à mulher de César não basta ser honesta; é preciso parecer honesta”. Uma empresa que atue com softwares de gestão deve ser um exemplo nesta área, e não pode causar inseguranças em seus clientes.

Lembremos que grande parte da capacidade de uma empresa de conquistar novos clientes é ligado ao marketing e à imagem muito mais do que pelo conhecimento técnico. Saber fazer não é o suficiente, e é necessário mostrar que sabe fazer, e que sua empresa faz melhor, mais rápido, de forma mais segura e se possível mais barata que a concorrência.

Um executivo que é focado somente no desenvolvimento técnico de TI não consegue fazer a empresa de software andar nessas outras áreas. Daí a necessidade de uma formação ampla, multidisciplinar, calcada nos mais modernos conceitos de administração. Disciplinas como Marketing, Vendas, Implantação de Software, Suporte, Recursos Humanos, Financeiro, Internacionalização devem ter um tratamento profissional voltado à eficiência e produtividade para que o esforço e os recursos financeiros e humanos sejam empregados de modo a produzir o maior resultado possível para os acionistas, colaboradores e a sociedade.

Pós-Graduação em Gestão de Softwares e Serviços Digitais

O curso do Proinfo-FIA é destinado para profissionais Executivos, Consultores, Gestores, Empreendedores, Empresários e Investidores que atuam em segmentos como Desenvolvimento de Softwares e APPs, Consultorias de Software e Hardware, Start-ups, Fundos de Investimentos e empresas de outros segmentos que possuam áreas de desenvolvimento de softwares e aplicações. Seu programa não foi desenvolvido apenas para profissionais de áreas de Tecnologia dessas empresas. Ele foi pensado para os profissionais de outras áreas que desempenham um papel relevante nos Negócios de Software e Serviços Digitais. Nosso foco é também nas áreas Comercial, Marketing, Financeiro, Operações, Produto, Serviços e Suporte. É uma abordagem multisetorial, que visa integrar as diferentes áreas de uma empresa em torno do objetivo principal, que é o desenvolvimento da gestão da organização.

Nosso programa é dividido em módulos obrigatórios e optativos, de acordo com a especialização desejada pelo aluno, a saber:

  • Gestão Estratégica de Empresas de Tecnologia e Serviços Digitais
  • Gestão de Operações e Desenvolvimento em Empresas de Tecnologia e Serviços Digitais
  • Especialização em Cibersegurança e Riscos Tecnológicos (optativo)
  • Especialização em Modelos de Negócios de Produtos Digitais (optativo)
  • Trabalho de Conclusão do Curso

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